Foto: Kiara Lubick |
Foto: Jeff Severino - Abrajet/SC |
Quando ouvia falar em Ilha do
Marajó, imaginava um daqueles lugares remotos,
distantes milhas e milhas da costa, totalmente isolada. Um daqueles
lugares os quais a gente só vai em
embarcação fretada, muito caro, muito longe, muito complicado. Humm, que nada!
Ela está bem ali, mais próxima do que eu imagina. Apenas 3 horas de navio
separam Belém, capital do Pará, da Ilha do Marajó. E o melhor: é muito mais encantadora do que a minha mente, empolgada por novos
conhecimentos turísticos, esperava.
Amante das águas, não dispenso um banho de mar, rio, cachoeira,
seja lá o que for, desde que seja limpo e natural. Mas sabe àquela sensação e
emoção por desfrutar de algo maravilhoso (quem ama as cachoeiras de Taquaruçu
sabe do que estou falando) , isso a
gente encontra no banho de ‘riomar’ de Marajó. Uma imensidão de águas que a
gente não sabe ao certo se é rio ou se é mar, por isso batizei de ‘riomar’. Explico: é um rio, que de tão grande, não dá para ver
a margem do outro lado, parece o mar. E tem ondas, altíssimas (minha amiga Mara
Rita que o diga), como o mar. O Rio
Marajó, ou Bacia do Marajó, se encontra com o mar. Nesta época do ano,
como é tempo de seca, o mar adentra no rio. Já no tempo de chuva, é o rio que
avança sobre o mar. É mais ou menos isso. Pouco importa. Importa mesmo é que a
natureza presenteou nosso Brasil com uma paisagem fantástica e , para os quem
gosta de rio e mar como eu, com a oportunidade de se deliciar com um banho em
água nem salgada nem doce e cheia de ondas. Melhor, impossível.
Mas se você não gosta muito de
água, tem a paisagem, fascinante. A
praia do Joanes é lindíssima. Foi lá que os padres jesuítas começaram a
colonização da área, no século XVII, segundo contou o guia turístico, Nick, que acompanhou a caravana de
jornalistas da Abrajet na Ilha. Alías, Marajó também não é tão pequena quanto
eu pensava. São 47 mil quilômetros de área nas quais estão localizados 11
municípios. Na verdade, trata-se de um arquipélago, uma vez que é formado por
várias ilhas.
O ponto de chegada do navio é
o Porto de Camará. De lá, são cerca de 60km em estrada asfaltada até o município
de Salvaterra. Dos municípios, o mais desenvolvido é Soure, uma cidadezinha harmoniosa,
conhecida como a ‘Capital do Marajó’. Para chegar lá, é preciso pegar a balsa
em Salvaterra e atravessar o rio. Calma, desta vez a travessia é curta, apenas
10 minutos. As cidades são bastante simples, assim como os marajoaras, um povo
que aparenta viver feliz com toda sua
simplicidade em meio a uma natureza privilegiada.
Ah, e não se pode falar em
Marajó sem citar os búfalos. Dizem que o arquipélago tem 250 mil habitantes e um milhão de cabeças de
búfalos, o maior produtor do animal do País (não sei se é o único). Bom, sei que búfalos gostam de água e água é
o que não falta no Marajó, característica que facilitou a adaptação dos animais
na região. E eu, curiosa que sou, não
sosseguei até experimentar a carne de
búfalo. Da primeira vez não gostei
muito, não. Mas na segunda vez, durante um almoço num pequeno restaurante em
Soure, gostei. Só não repeti porque não sobrou. Não senti diferença da carne de
gado... um filé suculento, delicioso. Conclusão: acho que carne de búfalo depende do tempero e modo de preparo para
ficar apetitosa. Para mim, está aprovada.
E falta uma questão a responder: é caro conhecer Marajó? Para minha surpresa, saindo de Belém a passagem do navio custa apenas R$ 15,00 nas
acomodações populares. Com um pouco mais de dinheiro, R$ 30,00, você vai na
sala vip, com TV e ar condicionado. A Ilha tem hotéis e pousadas a partir de R$
80,00 a diária. Uma dica é a Pousada dos Guarás, em Salvaterra, linda, bom
atendimento e com uma praia maravilhosa. O mais caro é chegar até Belém. Vale a
pena ficar atento às promoções das
companhias aéreas e voar de bolso leve.
Fica aí a dica: quer conhecer um
lugar incrivelmente simples e belo? Visite a Ilha do Marajó.
Kiara Lubick Maldaner-
jornalista da Abrajet-TO
A autora fez parte da comitiva
que participou do Congresso da Associação Nacional dos Jornalistas Escritores
em Turismo realizado no Estado do Pará, de 22 a 27 de setembro de 2011.
Foto: Kiara Lubick |
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