A capital do estado do Pará, Belém,
guarda na memória arquitetônica e cultural fatos que marcam a sua trajetória
religiosa, social, econômica e política. Tais características podem ser observadas
em visitas feitas ao acervo arquitetônico do Complexo Feliz Lusitânia, que
engloba o Museu de Arte Sacra, Forte do Presépio, Catedral de Belém, Casa das Onze
Janelas.
Mas, Belém consegue mostrar as
belezas da arquitetura e dos monumentos do período colonial também na
arquitetura da Basílica de Nazaré, Igreja das Mercês, Igreja do Carmo, Palácio
Antônio Lemos, Museu do Estado (Palácio Lauro Sodré), Museu de Arte de Belém,
Teatro da Paz e do famoso Mercado do Ver-o-Peso. Ressalto também o Bairro
Cidade Velha onde tudo originou-se, dos seus casarões, dos prédios cobertos de
azulejos vindos de Portugal e da França, embora estejam precisando de revitalização
e maior valorização da população belenense.
Forte do Castelo
Fundado no século XVII, às
margens da Baía do Guajará, o Forte do Castelo marca a origem da cidade de
Belém e da colonização portuguesa na Amazônia. A edificação inicial do Forte
foi feita em madeira com cobertura de palha, que à época foi chamado de Forte
do Presépio, em alusão à data da partida da frota portuguesa, em 25 de Dezembro
de 1615. Os índios Tupinambás ajudaram na construção do Forte, no qual foram
construídos uma capela e alguns casebres para abrigar os soldados.
Hoje o prédio é um espaço
cultural e um dos principais pontos turísticos de Belém, que permite ao
visitante apreender com facilidade os usos e costumes culturais, sociais e
militares do belenense no passado e seu importante papel para o progresso da
cidade. A cidade de Belém restringia-se ao Forte e ao casario construído nos
arredores deste, sendo um pequeno núcleo chamando de Feliz Lusitânia.
Casa das Onze Janelas
A Casa das Onze Janelas foi
construída no século XVIII, por um rico senhor de engenho chamado Domingos da
Costa Bacelar para sua residência. Posteriormente, a casa passou a funcionar
como hospital, por intervenção do governador do Pará, Francisco de Athayde
Teive, sob ordem do Governo Português. A casa deixou de funcionar como hospital
em 1870, embora ainda tenha continuado a funcionar para funções militares,
sendo o Corpo da Guarda e a Subsistência do Governo até o final do século XX.
Hoje o local integra a paisagem com a história, lazer e cultura. Nela funciona o
excelente e badaladíssimo Bar das Onze, com música ao vivo, um dos principais “points”
da noite em Belém. Também abriga um restaurante com mesas ao ar livre às
margens do rio.
Museu de Arte Sacra
O Museu de Arte Sacra funciona
no conjunto formado pela Igreja de Santo Alexandre e pelo Antigo Palácio
Episcopal (originalmente Colégio de Santo Alexandre). A Igreja era uma simples
capela de taipa em homenagem a São Francisco Xavier, construída em 1653,
juntamente com o Colégio de Santo Alexandre.
Igreja da Sé
A Igreja da Sé Catedral
Metropolitana em 1716, no interior do Forte do Castelo, foi construída uma
capela dedicada a Nossa Senhora das Graças que, anos depois, ficaria em ruínas.
Somente em 1748 foi iniciada a construção do atual templo, com telas, afrescos
e painéis de grande valor.
Igreja das Mercês
A Igreja das Mercês teve sua
construção iniciada em 1640, sendo concluída em 1748. A edificação atual,
construída sob projeto do arquiteto italiano Antonio Landi, na segunda metade
do Século XVIII, é a única, em Belém, com fronteira em perfil convexo.
Mercado Ver-o-Peso
Mas o cartão postal de Belém é
o Mercado Ver-o-Peso que foi erguido nas margens da Baía do Guajará, não se sabe ao
certo a data, alguns historiadores acreditam que a edificação é de 1688. O
Ver-o-Peso foi erguido pela necessidade de criar um posto de fiscalização
devido à intensificação do fluxo de mercadorias que chegavam à capitania.
Símbolo cultural e turístico,
no qual o turista e a população local podem encontrar frutas de sabores
característicos da região, plantas ornamentais, artesanato marajoara e as
famosas ervas medicinais usadas na composição de banhos e defumações. Complexo
do Ver-o-Peso abrange a Estação das Docas, o Mercado Municipal (o chamado
Mercado de Carne) a feira-livre, além da Praça do Pescador, de onde é possível
apreciar a Baía do Guajará; e o Solar da Beira, localizado bem no centro da
feira.
O Ver-o-Peso contém bancas comerciais
de peixe proveniente dos rios paraenses e também trazidos por pescadores do mar
aberto. O cheiro de peixe é forte, mas a riqueza histórica e comercial é bem
retratada no local. Na feira ao lado do prédio principal o turista pode
experimentar o tradicional açaí na tigela com peixe frito e farinha, prato
típico do estado.
Estação das Docas
O Mercado de Ferro, que abriga
a Estação das Docas, teve todas sua estrutura trazida da Europa em 1899, no
auge da riqueza da borracha, seguindo um padrão arquitetônico europeu, de
estilo eclético.
Criada a partir da restauração
do antigo porto de Belém, a Estação das Docas oferece ao turista um complexo seis
restaurantes, uma chopperia, lojas e quiosques de artesanato, salão de beleza,
salas multiuso para realização de eventos, agência de câmbio, de viagem e
bancos 24 horas, além de sorveteria e produtos regionais. Há, ainda, exposições
permanentes com a história do porto e arqueologia urbana, cinema, teatro e
salas para eventos.
O local é um grande centro
turístico-cultural e de lazer na cidade de Belém. A Estação das Docas foi ricamente
reurbanizada, contando com três armazéns, que oferecem aos visitantes variadas
opções de gastronomia e cultura e um terminal de passageiros.
O turista passa o dia sem
notar de tão agradável é o local. Interessante mesmo são os palcos móveis, no
alto, acima das cabeças dos visitantes, de onde bandas e conjuntos musicais
oferecem música ao vivo para os clientes dos restaurantes durante o almoço e
jantar. Os referidos palcos é o reaproveitamento dos antigos trilhos de guindastes
usados para embarcar e desembarcar mercadorias nas antigas docas.